Athletico, Coritiba e Paraná acumulam prejuízo milionário após um ano sem público nos estádios

 Athletico, Coritiba e Paraná acumulam prejuízo milionário após um ano sem público nos estádios
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Portões da Vila Capanema fechados para o torcedor por mais de um ano (Divulgação)

Umdoisesportes.com

Jogos adiados, cancelados, sem público e prejuízo milionário aos cofres. O atual cenário sem a presença de torcedores nos estádios durante a pandemia do coronavírus tem causado enorme impacto financeiro aos clubes brasileiros. Somada à falta de receitas em dias de jogo, transmissões na TV e diminuição do quadro de sócios, a ausência de torcida tem representado um duro golpe no bolso dos times. Um ano se passou desde que Athletico, Coritiba e Paraná sediaram os últimos jogos com torcida em seus estádios – todos pelo Campeonato Paranaense 2020. Em meio a uma temporada desafiadora, com um calendário bagunçado e sem nenhuma perspectiva de retorno do público às arquibancadas, o Trio de Ferro viu as contas serem comprometidas com a queda de faturamento. Sem o chamado “matchday”, renda gerada nos dias de jogos como bilheteria, camarotes, restaurantes e compras nas lojas oficiais, os clubes ficaram sem uma das principais fontes de arrecadação.

Em valores, as estimativas de redução de receita sem torcida nos estádios chegam a R$ 1,217 bilhão para os 34 maiores clubes do Brasil, segundo levantamento do Grupo Pluri. O diretor Fernando Ferreira explica que o valor é dividido entre bilheteria (R$ 450 milhões), negociação de atletas (R$ 331 milhões), sócios (R$ 221 milhões), marketing (R$ 113 milhões) e direitos de transmissão (R$ 102 milhões). “A Covid-19 foi brutal no futebol. Vai levar alguns anos para os clubes se recuperarem financeiramente porque cortou a receita na veia. Cada clube busca sua solução, uns sofrem menos porque estão participando de competições maiores como a Copa do Brasil e a Libertadores, mas o ano de 2021 ainda vai ser duro. Vai depender muito, obviamente, da questão da vacinação e liberar o público”, avalia Ferreira.

Ferreira acredita que os clubes podem demorar de três a cinco anos para se recuperarem do “baque”. Segundo estudo da Pluri Consultoria, a pandemia agravou um problema crônico do futebol brasileiro: os clubes pagam em média 22% a mais do que podem para os jogadores. “Em geral, o departamento de futebol consome 70% das receitas dos clubes. A folha de pagamento é maior que a capacidade de receita, os clubes gastam acima e aí tem o déficit, que vira endividamento, uma bola de neve. É complicado resolver, porque o dirigente precisa ter um elenco que custe menos, mas isso tende a ser, na média, menos qualificado. Assim, aumentam as chances de cair. No Brasil, a maior tragédia para um clube é a queda de divisão”, complementa.

A previsão por uma melhora, na opinião do especialista, passa obrigatoriamente pela vacinação em massa, mesmo entendimento da CBF. A entidade defende o retorno do público nas competições nacionais depois que a população for imunizada contra o coronavírus. “Precisa de vacinação para a economia girar e tudo voltar ao normal, com as empresas investindo em marketing e pagando mais pelos direitos. Estamos há um ano nessa, com quase 2 mil pessoas morrendo por dia e os números subindo. Talvez no segundo semestre possamos pensar em ter público de volta, mas hoje, nem pensar. Com público, o futebol é outro produto”.

oreporter

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