Celso Aramis morreu fazendo campanha para compra de medicamento de R$ 12 milhões para salvar Sofia

 Celso Aramis morreu fazendo campanha para compra de medicamento de R$ 12 milhões para salvar Sofia
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Celso Aramis, de Quitandinha, morreu ao final da caminhada de 500 Km (Divulgação)

Família de Sopia Helena na corrida contra o tempo

Sofia Helena atualmente com 1 ano e 4 meses, catarinense de Saudades, foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, a forma mais grave e agressiva da doença, quando tinha oito meses. Os pais João Marcos e Silvana, demais familiares e amigos lançaram a campanha pedindo ajuda para comprar o medicamento Zolgensma, que custa mais de R$ 10 milhões (é importado dos Estados Unidos). Sofia já tomou duas doses da vacina Spinraza, mas a grande esperança está no medicamento “Zolgensma” – uma terapia genética que alicerça melhorias positivas no quadro da doença e pode dar aos portadores de AME a chance de uma vida normal e com muita expectativa. Uma única dose do remédio, no entanto, custa 2,1 milhões de dólares. Além disso, o tratamento só pode ser feito até os dois anos.

Apesar do valor astronômico, a mobilização para arrecadá-lo também tem sido grande. Através da campanha @amesofiahelena, a família está promovendo uma vaquinha virtual e disponibilizando contas para depósito. A informação de que até o momento foram arrecadados aproximadamente 8 milhões.

Vários famosos aderiram à campanha, entre eles, a modelo e cantora catarinense Ana Schurmann, Daniela Mercury, Sorocaba, o ex-jogador Neto, da Chapecoense, o locutor Cuiabano Lima, os atores Dudu Azevedo, Caio Paduan e Sidney Sampaio, o apresentador e ex-jogador Denilson, os apresentadores Márcio Garcia e Adriane Galisteu e o cantor Matogrosso, da Dupla com Matias já divulgaram vídeos pedindo ajuda para a menina e até uma live beneficente, da dupla Teodoro e Sampaio arrecadou doações para a campanha. Neymar a presenteou com duas camisetas autografadas para serem rifadas, e todo o valor destinado à campanha. Entre os que aderiram a campanha, o oficial da reserva Celso Aramis, da localidade de 4 Pinheiros, em Mandirituba, que morreu fazendo uma caminhada para divulgar a campanha.

Para ajudar na campanha os canais de informação e doação são: vakinha.com.br/vaquinha/amesofiahelena; amesofiahelena.com ou no instagram.com/amesofiahelena

Os últimos quilômetros de Celso Aramis!

Da Redação

Quem foi Celso Aramis Oliveira? Nasceu em Quitandinha, trabalhou na lavoura junto aos pais e ao atingir os 18 anos, fez curso para ingressar na Aeronáutica. Nas duas primeiras tentativas não obteve êxito, mas continuou insistindo, até que conseguiu entrar naquilo que era um sonho. Ser das Forças Armadas. Fez carreira e correu o Brasil, defendendo a Pátria. Alcançou a reserva (aposentadoria) e primeiro ato foi voltar para a terra natal. Construiu uma casa modesta na localidade de Quatro Pinheiros, em Mandirituba. Amante de esportes, começou a caminhar compulsivamente. Irivan de Jesus Ferreira e Nelson Antônio Gai, amigos de longos trajetos, contam que Aramis deve ter caminhado 12 mil quilômetros, a partir de 2014. “Ele fazia as caminhadas, pois adorava divulgar a região. As vezes combinávamos um trajeto e amanhecia chovendo e Aramis dizia que se chover vai molhar, vamos caminhar”, lembra emocionado Irivan.

Ele promovia eventos beneficentes e, ao conhecer a história da menina Sofia Helena, não teve dúvidas. Caminhar de Quitandinha até Saudades, em Santa Catarina, para divulgar a campanha, num trajeto de 500 quilômetros. “Convidou o Nelson e eu, mas como tinha compromissos, eles saíram no dia 8 de novembro e combinamos que iríamos nos encontrar lá na frente. Assim aconteceu. Quando estavam a 250 quilômetros de Quitandinha, me uni a dupla e continuamos o trajeto”, disse Irivan, que foi de carro até onde Aramis e Nelson estavam. “Foi uma caminhada de muitas histórias e o Aramis contava sua passagem pela Aeronáutica. Foram momentos divertidos”, disse Nelson. Segundo eles, por onde passavam, divulgavam a campanha em benefício da menor Sopia Helena. Eles caminhavam por longas horas durante o dia e, na maioria dos lugares, eram recebidos por clubes de serviços, como Lions e Rotarys. “São grupos que nos ofereceram hospitalidade, alimentação e muito incentivo”, lembra Irivan, que alcançou Aramis e Nelson, aproximadamente 250 km distante de Quitandinha.

A última parada do trio foi em Xaxim, já em terra rio-grandense. Foi recebido em uma celebração na Igreja de São Luiz Gonzaga. Ao ser anunciado pelo padre, Aramis apresentou os amigos e disse que estavam fazendo uma caminhada de 500 Km para ajudar uma criança, que precisa de uma medicação de R$ 12 milhões. “Contribuam com a família da Sopia. Ela (família) precisa deste dinheiro para que a pequena possa sobreviver”, disse Aramis na celebração. Esse acontecimento foi no dia 19 de novembro. Nas primeiras horas do dia 20, quando Aramis, Irivan e Nelson se preparavam para seguir adiante a caminhada, Aramis reclamou de dores. “Ele passou mal, foi levado até o Hospital Frei Bruno em Xaxim (SC) e posteriormente encaminhado até o Hospital São Paulo em Xanxerê. Segundo informações de familiares, após três exames realizados, foi constatado que a morte ocorreu em decorrência de mal súbito. “Foi difícil aceitar a morte do Aramis, mas ele morreu fazendo o bem, pois queria ajudar a angariar recursos para o tratamento da Sofia, que tem atrofia muscular espinhal e precisa do medicamento caríssimo”, lembra com saudades Nelson Gai.

Celso Aramis Oliveira tinha 54 anos e foi o idealizador da caminhada. “Como era uma causa nobre, não hesitamos em participar da jornada”, disse Irivan. Aramis foi sepultado em Quitandinha, sua terra natal, no dia 27 último.

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