Seis cidades da RMC estão entre as 100 mais inteligentes do Brasil, aponta ranking

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De acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2025, que avaliou 5.575 municípios brasileiros, seis cidades da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) estão entre as 100 mais inteligentes do país. O levantamento, considerado o principal diagnóstico nacional sobre cidades inovadoras, analisou 75 indicadores distribuídos em 13 eixos temáticos, como inovação e empreendedorismo, mobilidade urbana, meio ambiente, governança, economia, educação e tecnologia.

Na RMC, Curitiba aparece em 5º lugar, seguida por Campo Largo (52º), São José dos Pinhais (53º), Pinhais (64º), Colombo (69º) e Araucária (90º). A presença entre os mais bem colocados reforça o protagonismo da RMC como um dos polos de desenvolvimento do Paraná e do Brasil.

De acordo com o consultor do Sebrae/PR, Paulo Henrique dos Santos Grochowicz, o resultado demonstra o avanço de uma agenda regional baseada em planejamento e cooperação.

“Nossa região é uma das mais relevantes na pauta de inovação em nível Brasil. Ter seis cidades entre as 100 mais inteligentes do país mostra um potencial de sinergia entre os municípios. Não é apenas a capital que se destaca, mas toda a Região Metropolitana de Curitiba”, destacou o consultor.


Integração e ecossistemas de inovação

A RMC vem se consolidando como um território de colaboração por meio do Circuito RMC de Inovação, um conjunto de diretrizes compartilhadas entre municípios como São José dos Pinhais, Pinhais, Colombo, Araucária, Fazenda Rio Grande e Campo Largo.

Essa articulação busca difundir a cultura da inovação, melhorar o ambiente de negócios e apoiar empreendimentos inovadores. Em 2025, o Circuito realizou eventos em cinco cidades, com a presença de mais de mil participantes, entre empreendedores, universidades, órgãos públicos e entidades empresariais.

“Existe uma estratégia de integração metropolitana pela inovação. Esses eventos fortalecem os conselhos, câmaras técnicas e governanças locais, e consolidam os resultados do trabalho colaborativo. É um ecossistema vivo, que conecta diferentes atores em torno de um mesmo propósito”, explicou Grochowicz.

A metodologia do Sebrae/PR, por meio do programa Ecossistemas Locais de Inovação (ELI), tem sido um dos motores desse processo. Cinco das seis cidades paranaenses presentes no ranking aplicam essa metodologia de forma estruturada, criando programas e ações que fomentam o empreendedorismo e as políticas de cidades inteligentes.


São José dos Pinhais

Entre os destaques da região, São José dos Pinhais tem avançado com a criação da Secretaria de Inovação, Modernização e Transformação Digital (Simot), da Lei Municipal de Inovação e Tecnologia e do Conselho Municipal de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico.

Para o secretário da Simot, Rafael Rueda, estar entre as 100 cidades mais inteligentes do Brasil é mais do que um reconhecimento: é sinal de que a região está trilhando um caminho sólido de transformação.

“Essa conquista é fruto de uma rede viva de colaboração entre os ecossistemas da região. No município, o Hangar SJP é um exemplo de como ideias podem se conectar para gerar impacto, e, quando essas conexões se ampliam, o resultado é exponencial: uma região mais inteligente e mais preparada para o futuro.”


Pinhais

Em Pinhais, o avanço é resultado de políticas públicas e de um ecossistema conectado. O Conselho de Inovação e o ecossistema Conecta Pinhais têm fortalecido a articulação entre governo, empresas e instituições de ensino.

“Pinhais tem se consolidado como uma cidade inteligente e integra um movimento regional. Com políticas estruturadas, como a Lei Municipal de Inovação e o Decreto do Sandbox Regulatório, temos criado condições reais para novos ambientes de inovação, como o Centro de Inovação de Pinhais e o Parc Autódromo”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Ivaldo Sá Barreto Filho.


Colombo

A cidade de Colombo também se destaca pela integração entre poder público, câmara técnica e instituições acadêmicas, como o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a Embrapa Florestas, além de parceiros como o Sebrae/PR e a Associação Comercial e Empresarial de Colombo.

O município desenvolve ações estruturantes, como a Lei Municipal de Inovação, a Cidade Industrial e Tecnológica de Colombo (CitCol) e a incubadora Grape Tech, que apoia startups voltadas à tecnologia, sustentabilidade e meio ambiente.

Um dos diferenciais é o trabalho do IFPR Campus Colombo, que atua no controle de indicadores de desempenho de cidades inteligentes. A professora e doutora em Políticas Públicas, Lívia Maria dos Santos Perazolo, destacou que o bom desempenho é fruto de uma construção coletiva.

“Uma das formas mais exitosas de se obter inovação são as relações entre o setor público, sociedade civil e pesquisadores, conhecida como hélice tríplice. Quando as cidades atuam conjuntamente, os agentes de cada uma das hélices são ampliados e potencializam as negociações, favorecendo o desenvolvimento da região. Colombo pode ser uma das principais cidades a chamar seus vizinhos para esse movimento coletivo.”


Impacto da RMC no Estado

O destaque das cidades da RMC no Ranking Connected Smart Cities reforça o papel estratégico da região e indica que o futuro do Paraná passa pela cooperação entre municípios que compartilham políticas de inovação, planejamento urbano e sustentabilidade — pilares essenciais para um desenvolvimento mais inteligente e humano.

Para Grochowicz, o fortalecimento dessa narrativa regional é fundamental e o trabalho colaborativo entre os municípios já tem gerado resultados concretos, atraindo investimentos e oportunidades que beneficiam toda a região.

“Os frutos ainda estão sendo consolidados, mas já vemos uma construção colaborativa sólida. Todas as cidades destacadas no ranking contam com conselhos ou câmaras técnicas de inovação ativas, além de governança do ecossistema, e isso faz toda a diferença.”

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