Chegou à redação deste jornal a informação de que o município pode ter deixado de arrecadar cerca de R$ 30 milhões em impostos referentes a uma operação bilionária de venda de terras e reflorestamentos. A transação, realizada pela gigante do setor de celulose Klabin, teria ocorrido sem o recolhimento do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), essencial para os cofres públicos. A prefeitura, até o momento, não confirmou os dados.
Enquanto isso, a cidade vive uma das piores crises econômicas de sua história recente. Mais de 500 trabalhadores foram demitidos com o fechamento de seis empresas, afetando diretamente centenas de famílias. O setor mais atingido é a indústria madeireira, principal motor da economia local, que enfrenta pressão externa com o aumento de tarifas por parte dos Estados Unidos e uma série de mudanças de propriedade entre grandes empresas.
Entre os protagonistas dessa reconfiguração está a Arauco, que vendeu sua operação para a Klabin, uma das maiores empresas de celulose do país. Contudo, logo após a aquisição, a nova gestão anunciou cortes drásticos, aprofundando o desemprego e gerando revolta entre moradores e lideranças locais.
A suposta ausência do recolhimento do ITBI pela Klabin durante a operação acendeu o alerta na comunidade. Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que a transação poderia ter gerado até R$ 30 milhões em receita para o município, valor que poderia ser usado em saúde, educação e infraestrutura, especialmente num momento em que a população sofre os impactos da crise.
A prefeitura, procurada pela equipe do jornal, não confirmou oficialmente a ausência do pagamento do imposto e também não apresentou documentos sobre a transação. A reportagem segue acompanhando o caso e busca contato com representantes da Klabin para comentar a situação.
Enquanto isso, o povo de Campo do Tenente aguarda respostas e ações concretas para enfrentar a tempestade econômica que ameaça o presente — e o futuro — da cidade.