Em ação deflagrada nesta quinta-feira (9), o Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos (SubJur), em conjunto com o Gaeco, realizou a Operação Fake Care no município de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba.
O alvo da operação é uma organização criminosa que teria atuado em contratos públicos da Saúde, envolvendo desvios, superfaturamento e pagamento de propinas.
Entre os presos estão:
- O prefeito Marco Antônio Marcondes Silva;
- O auditor do TCE-PR Alberto Martins de Faria;
- O ex-secretário de Saúde de Fazenda Rio Grande, Francisco Roberto Barbosa (Beto Rocha);
- Os empresários Samuel Antônio da Silva Nunes e Abrilino Fernando Gomes, este último conhecido como comentarista esportivo.
As investigações indicam que o esquema envolvia contratações diretas ilegais de empresas para prestação de serviços de testagem domiciliar e levantamento estatístico durante a pandemia. Segundo o MPPR, os contratos teriam sido superfaturados, com desvio de quantias relevantes e pagamento de propinas a agentes públicos. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 10 milhões.
Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em residências, gabinetes e escritórios em Fazenda Rio Grande e Curitiba. O Tribunal de Justiça do Paraná determinou o afastamento cautelar de quatro dos investigados de seus cargos públicos.
Manifestações e defesas
A Prefeitura de Fazenda Rio Grande informou que seu setor jurídico ainda avalia os desdobramentos da operação e que divulgará nota oficial assim que houver manifestação formal.
A defesa de Fernando Gomes afirmou que ele “goza de presunção de inocência” e acompanhará o caso, confiando que “todos os fatos serão devidamente esclarecidos dentro da legalidade e do mais absoluto respeito à Justiça”.
A Rádio Transamérica, onde Gomes atuava, esclareceu que as investigações “não têm qualquer relação com as atividades da emissora” e ocorrem no âmbito pessoal.
O TCE-PR comunicou que o auditor Alberto Martins de Faria estava de licença desde o início do ano e colabora com as investigações.
Próximos passos
A operação segue sob sigilo judicial, e o MPPR poderá apresentar novos desdobramentos conforme o avanço das apurações. Reportagens indicam que os investigados responderão por corrupção ativa e passiva, peculato, contratação direta ilegal e lavagem de dinheiro.
O caso coloca em xeque os mecanismos de controle e fiscalização de contratos públicos, especialmente na área sensível da Saúde, e levanta questionamentos sobre a gestão de recursos durante a pandemia.
Nota da redação
O Jornal O Repórter lamenta profundamente os fatos relacionados à Operação Fake Care e torce para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível. Mantemos respeito e amizade com alguns dos envolvidos e confiamos na Justiça para apurar os fatos com transparência. A cidade de Fazenda Rio Grande perde com o ocorrido, e reafirmamos nosso compromisso com a informação responsável e imparcial.





