Quem deu fuga para o matador de Loir?

 Quem deu fuga para o matador de Loir?
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Uma assassinato que não sai da cabeça do povo de Piên

Da Redação

Dia 14 de dezembro de 2.016, o prefeito eleito de Piên, Loir Dreveck, seguia para outro município, para tratar sobre assuntos de interesse da prefeitura: Consórcio de Saúde. Mas a sua viagem, foi de aproximadamente 10 quilômetros, pois no que deixou a cidade, um homem, usando uma motocicleta, alvejou o então secretário de Planejamento, do prefeito Gilberto Dranka com dois tiros. Levado para uma casa hospitalar de São Bento, acabou falecendo no dia 17. Era funcionário de carreira, havia 21 anos. Se candidatou, devido a insistentes pedidos de Dranka. “Ele não queria disputar o cargo de prefeito, mas foi convencido para o desafio. Acabou sendo eleito”, afirma Rosilda, irmã de Loir.

Após confirmado o resultado, Loir passou a traçar um plano de ação para a prefeitura e definiu que sua equipe seria técnica e, não política. Ao tomar esta decisão, Loir, ao que indica, começou a ser pressionado, pois o grupo que estava no comando da prefeitura, desejava abrigar pessoas ligadas ao então prefeito Gilberto. Ai, se supõe, que as desavenças começaram a surgir e, quem sabe, a morte de Loir começou a ser traçada.

Isso acabou acontecendo, pois no dia 14 de dezembro de 2.016, Loir acabou sofrendo atentado na saída de Piên e, dois dias depois acabou morrendo no hospital. A polícia civil local iniciou as investigações, mas não conseguia chegar a nenhum resultado. O caso foi levado ao COPE, que não demorou muito em começar a desvendar a trama. Acabou prendendo Amilton Padilha, que confessou o crime e indicou que o prefeito Gilberto Dranka e o presidente Leonides Mahs seriam mandantes. Amilton teria sido indicado por um borracheiro da cidade, conhecido pela alcunha de Gaúcho. Todos foram presos. Gilberto Dranka no “sótão” de sua mansão na área central de Piên, dia 31 de janeiro de 2017. Enfim, o caso começou a deslanchar e a situação sendo esclarecida, dia após dia.

Gilberto Dranka ficou preso por um ano e, atualmente, responde o processo em liberdade e usa tornozeleira eletrônica. Ele desmente ter sido o mandante. Leonides Mahs teria interesse na morte de Loir, pois como o vice eleito, Livino Tureck estava bastante adoentado, apostava que poderia assumir a prefeitura e, junto com Dranka, tomaria as rédeas da administração. Mas nenhum dos planos deu certo e, os envolvidos respondem processos e aguardam julgamento. Leonides, igualmente, usa tornozeleira.

A população de bem de Piên, não esquece a trama para matar Loir Dreveck. Na entrada principal de acesso ao centro, uma placa exige justiça para a morte de Loir. “Passados 3 anos e 4 meses do assassinato covarde do meu irmão, observo que o povo de Piên não esquece a trama covarde. Assim como eu, o povo da cidade exige justiça e isso será feito”, comenta Rosilda.

A irmã conta que, foi informada, que Gilberto é uma pessoa que não aceita ser contrariada. “Com certeza, meu irmão o enfrentou e disse que não aceitaria que ele (Gilberto), interferisse nas duas decisões para comandar a prefeitura. Isso custou a sua vida”, lamenta Rosilda. Conta ainda, que desde o crime, nunca cruzou com o ex-prefeito pelas ruas da cidade. “Não sei dizer qual seria minha reação ao vê-lo. Acredito que, talvez, seria deselegante, não sei…”, acentua. “Estranhamente, após confirmada a morte do meu irmão, o prefeito Gilberto, que se dizia grande amigo dele (Loir), nunca se manifestou ou nos ligou perguntando se precisávamos de alguma coisa. Estranho né!”, comentou ela, afirmando que desde que tomou conhecimento do atentado, primeira pessoa que veio a sua mente como responsável pelo crime era o Gilberto.

 

Pessoa inocente foi morta pelo assassino trapalhão

As pessoas que desejavam a morte do prefeito eleito Loir Dreveck conheciam seus passos e, o homem contratado para execução era informado sobre viagens do secretário e para onde seguiria. Com estas informações, Amilton se posicionava para por o plano em ação. O eleito sempre viajava em um veículo Cobalt branco da prefeitura, mas num determinado dia, numa de suas viagens, teve que trocar de carro e seguiu em seu veículo, com outras características. Entretanto, naquele dia, o matador Amilton Padilha aguardava o Cobalt branco passar pela rodovia. Quando o Cobalt passou, houve a perseguição e Padilha matou o motorista, que foi identificado como sendo Genézio de Almeida, que acabou sendo morto por engano. Na placa na entrada da cidade, aparecem as fotos de Loir e Genésio. “Um inocente foi assassinado cruelmente, pois o assassino pensava que seria meu irmão.  Então os mandantes, o contratado e pessoas envolvidas serão julgadas por dois crimes. A do Genésio, morto por engano e do meu irmão Loir. A justiça será feita e, os responsáveis, serão condenados conforme as leis vigentes no País”, opina Rosilda.

 

Quem deu fuga para o assassino de Loir?

Rosilda Dreveck, irmã de Loir Dreveck tem uma certeza. Se for descoberto quem deu fuga para o motociclista assassino, os crimes serão solucionados pela polícia. “Pelo que foi levantado, após matar o meu irmão, o assassino voltou em sentido de Piên, mas entrou em uma estrada secundária para chegar até nossa cidade pela zona rural. Ele seguiu em alta velocidade por uma estrada vicinal, mas após um subida acentuada, a moto passou a falhar. Isso foi dito por um morador, que disse que o condutor da moto a dispensou em uma ribanceira e que entrou em um carro, cujas características não soube dizer. Quem estava dirigindo este carro? O assassino Amilton desmente que alguém o ajudou na fuga. Mas entre o horário do crime e a chegada dele no centro da cidade, foram perto de 45 minutos. A pé, jamais faria a caminhada neste tempo. Então, se descobrir qual carro e pessoa que deu amparo na fuga, certamente o crime do Loir será solucionado”, sugere Rosilda.

 

Pandemia atrasa data do julgamento dos acusados

Rosilda Dreveck, que desde o dia do assassinato de Loir, acompanha as audiências com os acusados, acredita que a pandemia do coronavírus esteja atrapalhando a realização do julgamento de todos os envolvidos. Ela afirma que já se passaram mais de 3 anos e que o júri popular ainda não aconteceu por conta do Covid-19. “Pelo que sei, os julgamentos estão adiados até que a crise na saúde passe. Como o julgamento dos assassinos do meu irmão vai atrair grande público e a imprensa em geral, a magistratura está postergando o julgamento neste momento do coronavírus”, avalia Rosilda.

 

A defesa protocolou pedido no Poder Judiciário do Estado do Paraná, solicitando para que o júri dos acusados Gilberto Dranka e Amilton Padilha seja realizado em Curitiba, mas o pedido foi indeferido pelo relator, Desembargador Clayton Camargo. O processo tramita na Comarca de Rio Negro. “Certamente será em Rio Negro, conforme nosso desejo, mas não em Curitiba, como queria a defesa”, finaliza Rosilda.

 

 

Fuga de Amilton é questionada pela família Dreveck

Amilton Padilha, acusado de ter matado Loir Dreveck e Genésio de Almeida, em dezembro de 2.016, conseguiu fugir do complexo penitenciário da Canhanduba, em Itajaí, na segunda-feira, dia 13. Amilton e outro preso, Rafael Borba trabalhavam na cozinha, quando conseguiram se evadir. Borba foi recuperado logo em seguida, enquanto Amilton desapareceu.

A família Dreveck questiona a fuga. “Ele estava preso naquele complexo de muito tempo. Logo não tinha dinheiro para deixar Itajaí. Porque um foi preso e o Amilton simplesmente sumiu. Será que alguém deu condições para ele fugir. Uma pessoa perigosa seria colocada na cozinha para trabalhar? Sendo um preso de alta periculosidade, jamais seria posto para fora da cela para trabalhar. Enfim, são perguntas que merecem respostas das autoridades”, opina Rosilda. Como tinha crimes no estado de Santa Catarina, o acusado foi levado para Canhanduba para cumprir pena. Ele permanecia foragido até o fechamento desta edição.

 

Veja a nossa reportagem em vídeo aqui

 

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