Moradores do bairro Eucaliptos passam por medo constante devido à proximidade e falta de infraestrutura da delegacia fazendense

 Moradores do bairro Eucaliptos passam por medo constante devido à proximidade  e falta de infraestrutura da delegacia fazendense
Spread the love

Lado a lado  com o perigo

A delegacia de Fazenda Rio Grande, atualmente situada na Rua Coqueiros, no bairro Eucaliptos (local que anteriormente foi residência e depois Escola de Educação Infantil), além de ser alugado e não ter estrutura para sediar o distrito policial, tem vivido dias difíceis. Policiais, detentos e, principalmente moradores, se sentem prejudicados com a situação. Os vizinhos relatam que o prédio é um verdadeiro barril de pólvora, que pode “estourar” a qualquer momento.

O DP abriga 25 pessoas e um adolescente, que ficam distribuídos entre celas e banheiros. Na última terça – feira (22), o local foi palco de um pequeno motim, que ocorreu por volta das 11h30. “Os presos começaram a bater na porta até ela quebrar”, relata o delegado doutor Fábio Machado.

Segundo informações, além de invadir outros setores da delegacia, os detentos ainda quebraram um quadro de energia elétrica e queimaram alguns papéis, dando início a um princípio de incêndio que foi rapidamente controlado pelos Policias Civis e Militares (PM), e também com o apoio da Guarda Municipal (GM). O SIATE foi acionado, mas não houve feridos. A reivindicação dos presos é quanto à transferência para o sistema prisional, afirma o delegado.

Além desta tentativa de fuga, no dia 19 de fevereiro desse ano, por volta das 19h30, Brian Santana, suspeito de homicídio contra o jovem Roger Cristhoper, conseguiu arrebentar a grade de uma cela improvisada e fugir, tendo sido recapturado dias depois na cidade de Matinhos/PR.

Os moradores dizem viver momentos de tensão desde que a delegacia foi transferida para o local, em 2016. O motivo da mudança se deve à construção da delegacia cidadã no antigo prédio, que foi interditado pelo Ministério Público, devido às condições e superlotação da carceragem. Já no novo endereço, localizado em área residencial, houveram alguns princípios de rebelião e também a fuga ocorrida fevereiro. Situações que deixam os vizinhos inseguros, visto que a justiça tem sido morosa para realizar a transferência dos detentos para o sistema prisional, causando uma superlotação – possivelmente responsável pelo motim da última semana.

Moradora de uma rua ao lado há 28 anos, a dona de casa Elena Mendes conta que tem medo o tempo todo. “Não sabemos se vamos sair na rua e encontrar alguém fugindo, alguém sendo preso, ou até mesmo um outro princípio de rebelião. Sem contar os veículos apreendidos que atrapalham a rua, que já é pequena para a passagem de outros veículos”, afirma.

Já Eliane Louro, empregada doméstica e moradora há seis anos de residência que fica quase ao lado da delegacia, diz que o medo de fugas e rebeliões é constante, e que apesar dos roubos à sua residência serem extintos devido ao distrito policial, a insegurança também é presente a todo o tempo. “No dia da fuga do rapaz suspeito de homicídio, eu até o vi passar correndo por nós, porém, não tivemos nenhuma reação, sem contar que não imaginávamos que seria um fugitivo”, comenta.

Procurados pela reportagem, o Juíz e o Promotor da comarca de Fazenda Rio Grande não puderam atender à reportagem para falar sobre o caso, afirmando estar participando de uma audiência o dia todo.

Por Esleif Martins

oreporter

Related post