Equipe de Robótica finaliza preparativos antes de embarcar para disputa nos Estados Unidos

 Equipe de Robótica finaliza preparativos antes de embarcar para disputa nos Estados Unidos
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Pela primeira vez, estudantes de robótica de uma escola pública de Curitiba participarão da etapa mundial do World Festival, o principal evento mundial da First Lego League (FLL). A equipe Conectados, formada por sete estudantes e duas professoras da Escola Municipal Coronel Durival de Britto e Silva, no Cajuru, embarca na próxima segunda-feira (25) para Saint Louis, nos Estados Unidos, onde a disputa reunirá as 107 melhores equipes de robótica do mundo. O evento acontecerá de 27 a 30 de abril e terá outras três equipes brasileiras, formadas por estudantes de escolas privadas de São Paulo.

A Conectados é formada pelos estudantes Pedro Roberto Vieira, Ligia Alves Coelho, Elisa França Ribeiro, de 12 anos; Pedro Saragiotto, Amanda Alves da Silva, Maria Eduarda Godinha de Mello da Costa, de 13 anos e Milena Izabel Teixeira, de 14 anos, coordenados pela professora e técnica da equipe, Desiree Silva Lopes Pereira, e pela diretora da escola, Anaí Rodrigues Santos. O professor Marcos Alede, da área de língua estrangeira da Secretaria Municipal da Educação, acompanhará a turma. A classificação para a etapa mundial foi conquistada na fase nacional realizada em Brasília nos dias 19 e 20 de março.

A participação no torneio será a primeira experiência internacional da turminha. A viagem será custeada pelo Município e, no retorno, o aprendizado será compartilhado com os demais estudantes da escola. “Estou indo para esse mundial com a mesma emoção com que fui para a primeira competição. Embora tenhamos evoluído muito desde os primeiros torneios, cada etapa – e essa em especial, por ser em outro país – nos faz viver uma grande emoção. É muito aprendizado que temos à disposição”, diz Milena Teixeira.

Na etapa mundial, os estudantes apresentarão o robô que produziram com peças de Lego e programaram durante as aulas realizadas no projeto de robótica nas atividades de contraturno escolar. O robô será usado para realizar 12 missões em apenas dois minutos. Os estudantes também apresentarão peças criadas com a reciclagem de goma de mascar e que podem ser usadas para jogos de tabuleiro, produção de chaveiro, ímãs de geladeira e enfeites. As peças coloridas imitam os retângulos da Lego, usadas para a montagem dos robôs.

O robô será avaliado quanto ao design, estratégia e tempo para a realização das tarefas. Outra categoria em que os estudantes serão avaliados é core values, ou seja contará como a equipe desempenha o trabalho considerando o respeito e a integração. “Acredito que essa é nosso ponto forte, pois somos uma família e não uma equipe. Quando estamos na competição representamos toda a nossa escola, os demais professores e as equipes que nos antecederam no projeto. Isso nos faz agir com muita responsabilidade, mas com muita alegria e determinação”, diz Maria Eduarda.

Treino

Os últimos dias antes do embarque, agendado para segunda-feira (25), têm sido dedicados aos treinos finais. A programação do robô exige atenção, raciocínio e planejamento e tudo isso é aperfeiçoado no dia a dia, com estratégias elaboradas pela equipe, além do estudo do inglês, idioma no qual terão que fazer a apresentação aos jurados. “São crianças vitoriosas e que já descobriram um importante caminho. Minha maior alegria é saber que estes estudantes cresceram em seus conhecimentos e habilidades. Certamente farão diferença em suas comunidades pois desenvolveram a capacidade de pesquisar mas também de serem sensíveis ao outro”, diz a professora Desiree Lopes, que é técnica da equipe.

O ensino da robótica acontece em seis escolas municipais e é parte da estratégia para enriquecer e melhorar a aprendizagem. Por meio da robótica, estudantes e professores aprendem juntos conteúdos de física, química, biologia e matemática com mais inovação, criatividade e raciocínio lógico. A competição faz parte de um processo de aprendizagem e também incentiva os alunos a escolherem carreiras nas áreas de engenharias e tecnologias, que são importantes para a inovação nas empresas.

Para a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo, a participação da equipe no torneio mundial reflete a qualidade do ensino da rede municipal da educação e os investimentos feitos nas atividades de contraturno. ”Temos investido em atividades que ampliam o tempo do estudante nas escolas. A exemplo da robótica, são atividades que desenvolvem o interesse pela pesquisa, pelos esportes, pela cultura e formação cidadã”, disse.

Pesquisa

O reaproveitamento da goma de mascar foi fruto da pesquisa desenvolvida pelos estudantes sobre o tema Trash Trek (caminhos do lixo), apresentado pelo torneio nesta edição. Os Conectados pesquisaram sobre como descartar o resíduo corretamente e reaproveitá-lo, evitando que se transforme em um problema para meio ambiente. Assim foi criado o projeto “Ecochicle”.

Uma campanha na escola incentivou o uso de lixeiras especiais, confeccionadas pelos próprios alunos com garrafas pet, para o descarte das gomas. Eles também estudaram possibilidades de reaproveitamento do produto como mistura na argamassa na construção civil ou como cola para tacos de madeira.

A ideia da pesquisa surgiu a partir da observação da quantidade de goma de mascar jogada nas calçadas, depositadas embaixo das carteiras dos estudantes e em outros locais inapropriados. “Precisávamos buscar uma solução inovadora para um problema ambiental sério. Descobrimos que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de goma de mascar e que 30% da nossa população masca ao menos um chiclé por semana, ou seja, ao longo de uma semana teremos em média algo como 180 toneladas de goma mascada. O destino deste material virou nossa fonte de pesquisa”, conta a estudante Ligia Alves Coelho.

Pesquisar, idealizar o produto, desenvolver os moldes das peças, testar a eficiência, descobrir uma técnica capaz de eliminar as bactérias das gomas mascadas foram tarefas que a equipe desenvolveu, alternando com as atividades do projeto de construção do robô e do treino para a realização das missões. Foram sete meses de muito trabalho, mas de grandes descobertas e resultados positivos. Com a ajuda dos colegas para coletar o material para pesquisa, os resíduos foram eliminados das calçadas, bancos, tampo de mesas e cadeiras. “Colaboramos para a mudança de hábitos de nossos colegas e isso é sensacional, pois nossa escola está mais limpa e nosso meio ambiente mais respeitado”, disse Pedro Saragiotto.

A participação na competição proporcionou grande aprendizado para as crianças. “Foi além da montagem e planejamento dos robôs. Ao treinarem e participarem em competições os estudantes aprofundam os conhecimentos de matemática e física, além do trabalho em grupo e a resolução de problemas”, explica a diretora Anaí.

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