Hospital prometido por Dr. Nassib era fake news!

“Descobri pelos outros” e “Eu não autorizei”. Essas são as falas de Assis Arthur Haddad, proprietário do terreno onde o prefeito de Fazenda Rio Grande Dr. Nassib Hammad anunciou a construção de um hospital. O anúncio foi feito em vídeo na página da Prefeitura, no dia 3 de setembro. Ao saber do assunto por outras pessoas, Haddad logo recorreu à justiça, onde já conseguiu uma liminar que proíbe a Prefeitura de fazer qualquer intervenção na área. Ele também instalou um outdoor na entrada, avisando sobre o Interdito Proibitório e que o descumprimento ocasionará em penalidades.

Segundo o proprietário, não haveria qualquer problema para ele a construção de um hospital em seu terreno, desde que um projeto comprovasse que isso é possível, que a população fosse ouvida e, claro, que ele fosse procurado pela Prefeitura para a negociação do espaço, o que não aconteceu. “Projeto é projeto. Papel aceita qualquer coisa”, diz.

Além do vídeo que foi gravado em seu terreno, Haddad diz que encontrou, inclusive, um decreto sobre a construção do hospital, ainda que a propriedade seja sua. “Eu fiquei surpreso com a situação. Não sou contra, mas também não sou a favor de que seja feito como tá ali, um esbulho da minha área. Porque nem autorização pra fazer lives, gravar vídeos aqui, muito menos projeto eu autorizei. Ou me pediram pra que eu autorizasse. Ou negociaram comigo. Ou qualquer cosia parecida. E até onde eu sei, nem a Câmara tá sabendo disso”, alega.

O terreno de 137 mil metros quadrados pertence ao senhor Haddad desde julho de 1994, data em que ele pretendia instalar uma fábrica de adubo no local, o que acabou não acontecendo. Nesse momento, além dos gastos com advogados, ele teve que desembolsar uma quantia ainda para a colocação da placa no terreno, proibindo a entrada de invasores, incluindo funcionários públicos, conforme diz o outdoor.

Ele acredita que há, sim, a necessidade de um hospital, mas que os passos tem que ser seguidos da forma correta. “Se a população assim deseja o Hospital, se a Câmara assim deseja, [o terreno] tem um valor e, é logico, pagou, levou a área. O que eu não posso é conservar um patrimônio desse e depois sofrer um esbulho* ou qualquer coisa parecida”, ressalta.

Com a decisão da Justiça, de que somente o seu Haddad pode utilizar o terreno, a Prefeitura e o prefeito, que responde por ela, terão que dar um parecer ao juiz em 15 dias.
“Eu não sou contra o prefeito, eu nem o conheço, mas essas atitudes não estão sendo legais, corretas. Nem ao menos procuraram a gente”, lamenta ainda o proprietário.

*Esbulho: roubo, usurpação de propriedade de outra pessoa.