Deputado Fruet questiona licitação de uniformes vencida por empresa que tem endereço em Fazenda Rio Grande

 Deputado Fruet questiona licitação de uniformes vencida por empresa que tem endereço em Fazenda Rio Grande
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Triunfo está na Avenida Brasil em Fazenda Rio Grande (Foto: Da Redação)

Da Assessoria

O deputado Soldado Fruet (PROS) ocupou recentemente a tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná, para pedir que o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) “abra o olho” em relação à licitação para aquisição de uniformes para os colégios cívico-militares, cujo resultado foi publicado no Diário Oficial do último dia 30 de julho. Segundo o parlamentar, a grande preocupação é que um dos sócios-administradores da empresa declarada vencedora dos lotes 01, 02 e 03, Triunfo Comércio e Importação Ltda., já se envolveu em vários escândalos, como o da “máfia dos uniformes”, e é alvo de investigações e processos em diversos estados, que resultaram em condenações e multas milionárias para ele e suas empresas.

Fruet destaca ser defensor das escolas militares no Estado. “Fui, sou e sempre serei o maior defensor das escolas da Polícia Militar e das escolas cívico-militares. Nessa qualidade, tudo que diga respeito aos alunos, professores, funcionários, estrutura física e materiais necessários para o bom funcionamento dessas escolas me diz respeito”, destacou. O valor total dos lotes arrematados pela Triunfo foi de R$ 45,6 milhões, “a princípio, um bom preço, pois atingiu um desconto de 34,63%”. Em rápida pesquisa na internet, o deputado descobriu que a sede da Triunfo fica em Blumenau (SC), no mesmo endereço de outras três empresas; que no endereço da filial em Fazenda Rio Grande há uma distribuidora de vidros e boxes para banheiro. Um dos sócios-administradores da Triunfo também é dono da Nilcatex. Ao buscar o nome dele no Google, aparece: “Empresa contratada para fornecer máscaras a alunos do Amazonas estava envolvida na máfia dos uniformes”. A Nilcatex foi a única empresa contratada pela Secretaria de Educação do Amazonas, sem licitação, para fornecer máscaras, por R$ 2,3 milhões. No início de 2020, o mesmo estado contratou a empresa para fornecer R$ 10,4 milhões em uniformes. Em agosto de 2012, a reportagem “A máfia dos uniformes” da revista IstoÉ informou que um executivo da empresa investigada pela Polícia Federal contou como funcionava o esquema de fraudes com a Prefeitura de São Paulo e disse que o fornecimento dos kits de uniformes envolvia pagamento de propina de 4% e quem conduzia a conversa era o proprietário da Nilcatex.

Na época, investigações vinham sendo feitas não só em São Paulo, mas no Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima e Mato Grosso do Sul, onde em 2013 o Ministério Público abriu investigação por suposta restrição de competitividade e superfaturamento. Conforme veiculado pela imprensa, na operação com o município de Viamão, a Nilcatex foi alvo de investigação do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul por suposto superfaturamento. De igual forma, a Prefeitura de Joinville (SC) pagou R$ 47,25 por uma jaqueta que era fornecida a outros municípios por R$ 37. Em 8 de novembro de 2000, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina começou a apurar um escândalo de sonegação de R$ 160 milhões ao Fisco catarinense. A investigação dessa CPI levou um sócio administrador da Nilcatex a ser condenado a cinco anos de reclusão. Além disso, no último dia 16 de junho, na 179ª reunião do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) foi julgado o processo administrativo número 08700.008612/2012-5, impondo multas a diversas empresas e pessoas físicas, dentre as quais a Nilcatex (mais de R$ 20 milhões) e um de seus proprietários (mais de R$ 4 milhões). O deputado Soldado Fruet prometeu voltar ao assunto após análise detalhada do edital dos uniformes para os colégios cívico-militares do Paraná. Ele ressaltou que, apesar de a Triunfo ter sido a vencedora, os produtos cotados, conforme ata da licitação, possuem a marca Nilcatex. O líder do Governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri (PSD), prometeu buscar esclarecimentos para a denúncia feita pelo líder do PROS no Legislativo paranaense.

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