A credibilidade do país

 A credibilidade do país
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Nos próximos meses o Brasil terá a difícil missão de retornar ao caminho do desenvolvimento após a desastrosa política econômica adotada pelo governo Dilma Rousseff. Recuperar a credibilidade é prioritário e essencial para fazer o país embarcar em um ciclo de crescimento e reformas estruturais, que hoje são inexistentes.

 

O governo petista foi marcado pelo intervencionismo e irresponsabilidade econômica que deteriorou as contas fiscais e nos levou a uma dívida bruta de aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto (PIB). A política econômica naufragou e o país vive uma recessão há três anos, com inflação alta, diminuição do investimento privado, aumento do desemprego e das taxas de juros.

 

Entre 2014 a 2015, em um dos piores legados deixados pelo PT, o Brasil perdeu o selo de bom pagador das três maiores agências de classificação de risco do mundo. O rebaixamento ocorreu, especialmente, devido ao aumento do rombo nas contas públicas, crescimento da dívida interna e as sucessivas revisões da meta fiscal. Isso resultou em uma queda de 23% do investimento estrangeiro no país e, como consequência, aumentou o preço do dólar e diminuiu os recursos para obras estruturais.

 

Os primeiros atos do governo Temer indicam que eles não querem repetir os mesmos erros de seus antecessores e irão realizar um ajuste fiscal que possa aquecer a economia e garantir segurança jurídica para investidores. Seguem o exemplo de política de austeridade que foi realizado no Paraná pelo governador Beto Richa em 2015 e que garantiu que não fossemos tão afetados pela crise que devastou as finanças dos estados brasileiros, muitos dos quais sequer conseguem honrar com a sua folha de pagamento.

 

Logo em seu primeiro discurso, o presidente interino anunciou a diminuição do número de ministérios. Apesar de não trazer grande economia para os cofres públicos, é uma ação simbólica que mostra uma disposição para diminuir e controlar melhor os gastos da União.

 

Na sequência será necessário estabelecer metas severas e trabalhar para reduzir o endividamento do país. O equilíbrio das contas públicas permite uma melhoria no ambiente de negócio e condições para incentivar a participação do setor privado e retomar investimentos na indústria, serviços e agronegócios.

 

O ajuste fiscal é sempre um remédio amargo. Já deveria ter sido realizado anteriormente para evitar que o país chegasse a sua pior recessão em 25 anos, porém a gestão Dilma nunca se notabilizou por ser responsável. Cabe ao governo Temer realizar medidas como as que foram feitas no Paraná, reduzindo os gastos públicos, retomando obras de infraestrutura e atraindo investidores para combater o desemprego, a inflação e alta dos juros. Não é uma tarefa fácil, especialmente quando feita com atraso, mas o caminho da recuperação da nossa credibilidade depende de voltarmos a ter uma política econômica séria, planejada e realista.

FR e MR recebem prefeito Cidão de Douradina. Curitiba, 02-07-2015. Foto: Rogério Machado/SECS
FR e MR recebem prefeito Cidão de Douradina. Curitiba, 02-07-2015. Foto: Rogério Machado/SECS

Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)

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