Janot nega vazamento de pedidos de prisão e diz não eleger transgressores

 Janot nega vazamento de pedidos de prisão e diz não eleger transgressores
Spread the love

Pedro Ladeira – 2.fev.15/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 02-02-2015, 11h00: Sessão de abertura dos trabalhos do Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do STF Ricardo Lewandoswki, acompanhado do presidente da Câmara dos deputados Eduardo Cunha, do ministro Jose Eduardo Cardozo (Justiça), do vice presidente do senado senador Jorge Vianna, do Procurador geral da República Rodrigo Janot e dos demais ministros do STF. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

 

Em uma de suas reações mais fortes, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu nesta sexta-feira (10) as críticas por ter pedido a prisão de integrantes da cúpula do PMDB.

Ele negou que tenha partido do Ministério Público o vazamento do pedido com objetivo de pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) a definir o caso, disse que ninguém está acima da lei e afirmou que não tem pretensão política.

As declarações foram dadas durante o encerramento de um encontro do Ministério Público Eleitoral para discutir medidas de fiscalização para as eleições municipais.

Janot afirmou que “nunca terei transgressores preferidos” e que ser do Ministério Público “não é ser justiceiro”.

“Da esquerda à direita, do anônimo às mais poderosas autoridades, ninguém, ninguém mesmo, estará acima da lei, no que depender do Ministério Público. Assim exige a Constituição; Assim exige a República”, disse.

Sem citar nomes, o procurador-geral classificou de “insinuações maledicentes” a tese de que o Ministério Público divulgou o pedido de prisão.

“Figuras de expressão nacional, que deveriam guardar imparcialidade e manter decoro, tentam disseminar a ideia estapafúrdia de que o procurador-geral da República teria vazado informações sigilosas para, vejam o absurdo, pressionar o Supremo Tribunal Federal e obrigá-lo a decidir em tal ou qual sentido, como se isso fosse verdadeiramente possível. Ainda há juízes em Berlim, é preciso avisar a essas pessoas”, disse.

“Afirmo, senhores, peremptoriamente. O vazamento não foi da PGR. Aliás, envidarei todos os esforços que estiverem ao meu alcance para descobrir e punir quem cometeu esse crime. Como hipótese investigativa inicial, vale a pergunta: A quem esse vazamento beneficiou? Ao Ministério Público não foi”, completou.

Nesta semana, o ministro do STF Gilmar Mendes demonstrou preocupação com os vazamentos e disse que a medida representaria “uma brincadeira”com o Supremo. Ele chegou a cobrar o subprocurador-geral da República Odim Brandão Ferreira pelo vazamento, numa fala exaltada.

PEDIDOS

Janot, requereu ao STF a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) por tentativa de obstruir a Lava Jato e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por movimentações para atrapalhar o andamento de seu processo de cassação na Câmara.

O procurador-geral disse ainda que lançará mão de todos os instrumentos, mas sem se desviar um milímetro dos parâmetros legais, para investigar, processar e buscar a punição de corruptos e autores de outros delitos.

Ele também negou que interesses pessoais ou preferências influenciem seu trabalho e disse que não tem pretensões políticas.

“Sobre às especulações veiculadas na imprensa, reafirmo, aqui, que não serei candidato a qualquer cargo eletivo seja no Executivo, seja no Legislativo”, completou.

Ele disse que jamais imaginou que o Ministério Público passaria “incólume a críticas, nem que me fosse dado pairar sobranceiro aos interesses de fortes estruturas que parasitam o Estado e se beneficiam há décadas da usurpação do patrimônio de todos.”

O procurador-geral afirmou ainda que nunca buscou unanimidade na vida pública e que jamais esperou honrarias ou favores. “Acredito firmemente em que a linha distintiva entre a autoridade pública e o transgressor se encontra apenas no limite da lei: o primeiro cumpre-a com fidelidade, o segundo a viola sistematicamente.”

Janot classificou de “leviandade e aleivosias, mentiras e calúnias” os ataques ao trabalho da PGR.

“Busca-se com tais diversionismos mudar o foco da opinião pública, confundir a sociedade e garantir a tranquilidade daqueles que, sem cerimônia, avançam vorazes sobre o patrimônio que deveria servir ao progresso do país e ao bem-estar do povo.”

unnamed

oreporter

Related post

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *