10 anos sem o mestre Alborghetti

 10 anos sem o mestre Alborghetti
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Nascido em Andradina, extremo oeste do estado de São Paulo, mudou-se para o Rio de Janeiro aos dezesseis anos para estudar. Em 1976, iniciou a carreira de radialista na cidade de Goioerê, interior do Paraná, onde foi apresentador de um programa na Rádio Goioerê. Na cidade, também atuou no extinto jornal “Folha do Vale do Piquiri”. No mesmo ano, se mudou para Londrina onde foi trabalhar na Rádio Tabajara, um programa policial que criou e que viria a ser a base do seu programa de televisão, onde relatava os crimes ocorridos na cidade. Três anos mais tarde, Alborghetti estreou o programa de televisão chamado Cadeia, inicialmente para a cidade de Londrina, sendo ampliado posteriormente para todo o estado do Paraná, em 1982.

Neste mesmo ano, Alborghetti foi eleito vereador em Londrina, e, quatro anos depois, deputado estadual. Em 1992, Alborghetti estreou o Cadeia Nacional, levando seu programa para todo o Brasil através da Rede OM de Televisão, hoje Central Nacional de Televisão – CNT.

Várias características marcaram a atuação de Alborghetti na televisão: o discurso ácido, uma toalha dependurada sobre os ombros, os óculos de leitura, uma caneta entre os dedos da mão direita e um porrete de madeira, que ele usava para descontar sua raiva batendo em qualquer objeto que visse (principalmente em sua mesa) sempre que algo o enfurecia.

Um dos seus influenciados foi o apresentador de televisão Carlos Roberto Massa, o Ratinho, que trabalhou como repórter policial para ele por doze anos, tendo sido lançado em seu programa. Com a frase “Esse governador de São Paulo, Fleury, é um bundão!”, dirigida ao então governador do estado de São Paulo na época, Luiz Antônio Fleury Filho, ele foi afastado temporariamente do Cadeia Nacional, dando oportunidade para Ratinho apresentar o programa.

Seu tom inflamado e desafiador contra os criminosos sempre foi uma característica marcante. Por exemplo, ao denunciar o tráfico no Rio de Janeiro, nos anos 1990, chamou a facção criminosa Comando Vermelho de “bando de bichas”. Também, ao comentar sobre o PCC, chamou seu líder Marcos Camacho (o Marcola) de “bundeiro” e “dador de bunda”. Outro fato marcante ocorreu em 1997: através do Ministério Público ele impediu que a banda Planet Hemp se apresentasse no Paraná, devido às letras do grupo, que consistiam basicamente no apoio à descriminalização do uso da maconha.

Dois anos mais tarde, Alborghetti deixou, provisoriamente, o comando de seu programa para concorrer a deputado estadual, desta vez pelo PTB. Foi eleito pela terceira vez e, ao retornar ao programa, mudou de emissora e passou a concorrer com o antigo programa, com transmissão voltada apenas para o estado do Paraná, pela então TV Independência, atual RIC TV Record. Em 1998, deixou o comando deste para tentar a sua terceira reeleição, agora filiado ao PFL, sendo bem-sucedido. Pouco tempo depois, retornou ao comando de seu programa, também veiculado na CNT. Em 2002, tentou novamente a reeleição, sem sucesso,  perdendo por cinco mil votos.

Em 2006, Alborghetti estreou o programa Cadeia Sem Censura, veiculado de segunda a sexta-feira na Rede Intervalo de Comunicação, uma rádio pela internet posteriormente transformada em programa de televisão, baseada em Curitiba. Ficou seis meses no ar, até agosto do mesmo ano. Por falta de patrocinadores, o programa saiu do ar, fazendo com que Alborghetti migrasse para a Rádio Colombo, também de Curitiba.

Na mesma época, a sua relação com a internet e as redes sociais se intensificaram. Nas mídias digitais é referenciado como “Mestre Dalborgha” ou mais recentemente, “Charles Dal”. Alguns de seus vídeos acabaram se popularizando na internet, como o episódio em que ele comenta o filme 300.

 

Em 7 de maio de 2007, passou a apresentar seu programa Cadeia Sem Censura exclusivamente pela internet, de segunda a sexta-feira, de 10 às 12 horas, e disponibilizava os programas em sua comunidade oficial do Orkut. Estreou em 3 de março de 2008 o programa Plantão Mais, exibido de segunda a sexta-feira, das 17 às 19 horas, na Rádio Mais AM 1120. Em 4 de agosto de 2008 passou a apresentar o Cadeia Sem Censura na Fusão TV, que foi exibido de segunda a sexta-feira, de 17 às 18 horas no endereço. Esse foi Luiz Carlos Alborghetti, o homem que a 20 anos atrás ja dizia que Sergio Moro tinha que ser ministro da justiça do Brasil, uma pena que não ficou vivo para ver seu desejo realizado.

 

 

 

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