A horta comunitária implantada sob linhas de alta tensão da Copel na Vila Esperança, em Maringá, recebeu nesta semana uma visita técnica internacional. Um grupo formado por profissionais peruanos, que está cursando à distância o mestrado em Agroecologia ofertado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), esteve no local, conhecendo os canteiros e trocando experiências sobre o cultivo e o modelo de organização estabelecido pelo programa Cultivar Energia, realizado pela empresa de energia em parceria com as prefeituras e comunidades locais. Maringá possui ao todo 41 hortas comunitárias, das quais três funcionam em parceria com o programa da Copel. Uma das primeiras participantes do Cultivar Energia, a horta da Vila Esperança é considerada um modelo por sua organização e produtividade alcançada com métodos naturais de cultivo. Nela, aproximadamente 10 mil metros quadrados de área foram cedidos para o plantio, que hoje tem a participação de 42 horticultores voluntários. Eles produzem verduras, legumes e frutas para o consumo próprio e a comercialização ou doação do excedente. Além desses especialistas em manter os canteiros do local sempre verdes, a comitiva peruana foi recepcionada pela coordenação do programa da Copel e a gerência das hortas comunitárias de Maringá, junto com engenheiros agrônomos do Centro de Referência em Agricultura Urbana e Periurbana da UEM que prestam consultoria aos produtores. O acompanhamento foi feito por profissionais do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e professores da universidade. INTERCÂMBIO – O grupo já havia recebido a visita de professores do mestrado em Maringá na Universidade Nacional de San Martín, ao norte da capital Lima, com a qual este intercâmbio está sendo formado. Ao longo desta semana, foi a vez de os profissionais peruanos conhecerem de perto as práticas de agroecologia em Maringá e região. São engenheiros agrônomos, ambientais e zootecnistas que atuam em diversas áreas e levarão como referência os casos apresentados durante a programação no Noroeste paranaense. Uma delas é Katerin Paola Amasifuen Alvarado, engenheira agrônoma na área de projetos produtivos do governo regional de San Martín. Ela está cursando o mestrado profissional oferecido pela UEM, e afirma que levará o aprendizado construído nas visitas para aplicação nos projetos em formulação em seu trabalho. “A segurança alimentar é primordial, e algo que devemos implementar como órgão público. Estou muito feliz com esta experiência e agradecida pela hospitalidade com que nos receberam”, frisou. SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE – O agrônomo, doutor em Economia Aplicada e professor da UEM Alexandre Florindo Alves explica que essa troca de experiências é importante para a formação dos estudantes do mestrado, que já está na segunda turma em convênio com a instituição peruana. “Eles têm uma preocupação com as questões ambientais na produção agrícola, por isso o interesse na agroecologia”, comenta. Ele esclarece, ainda, que a horta da Vila Esperança integrou a programação de atividades do grupo porque, além de estar em um ambiente urbano com práticas agroecológicas, o espaço exemplifica a adoção de boas políticas públicas. “Foi montada uma programação para que eles conheçam diferentes instrumentos de comercialização, que nós chamamos de equipamentos de comercialização, para que levem não só informações sobre a prática de cultivo, mas também essas experiências de organização econômica e social”, detalha. CULTIVAR ENERGIA – O programa que incentiva a implantação de hortas comunitárias sob as linhas de alta tensão da Copel está presente em oito municípios paranaenses. Além de Maringá, há duas dezenas de áreas cultivadas em Cascavel, Curitiba, Francisco Beltrão, Londrina, Ponta Grossa, Siqueira Campos e Umuarama. A iniciativa está se expandindo, com novas hortas em diferentes fases de implantação: uma unidade em Almirante Tamandaré, duas novas unidades em Londrina, duas em São José dos Pinhais, três em Ponta Grossa e uma em Foz do Iguaçu. A Copel cede o uso das faixas, providencia o cercamento das áreas e dá orientações às famílias participantes sobre a segurança no uso do espaço. Os municípios oferecem a assessoria técnica para a agricultura urbana, fazem a preparação da terra, dos canteiros e são responsáveis pelo cadastro e acompanhamento das famílias. Assim, o Cultivar Energia fortalece um conjunto de ações em prol dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização Mundial das Nações Unidas – ONU, especialmente nas áreas de combate à fome e promoção de agricultura sustentável (ODS 2); redução das desigualdades (ODS 10) e o reforço dos meios de implementação e revitalização de parcerias para o desenvolvimento sustentável (ODS 17). |