Rejeitos de reciclagem ganham destino sustentável e geram recursos para associação de catadores em Araucária
De um problema para uma solução socioambientalmente sustentável. Os rejeitos do Centro de Processamento e Transferência de Materiais Recicláveis de Araucária, que antes eram destinados a aterros sanitários (com custo extra para o município), agora estão ganhando um destino sustentável e ainda gerando recursos financeiros para a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do município (Associação Reciclar). O material a ser descartado passou a gerar energia térmica em fornos de cimento, respeitando a legislação vigente e com a devida autorização do Instituto Água e Terra do Paraná (IAT).
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Araucária (SMMA), essa prática sustentável de destinação de resíduos, chamada de coprocessamento, já é amplamente adotada em países da Europa, nos Estados Unidos e Japão. No Brasil, a iniciativa ocorre desde a década de 90 e conta com o respaldo legal na Política Nacional de Resíduos Sólidos. No caso de Araucária, cerca de 92 toneladas de materiais já tiveram como destino o coprocessamento. Conforme informações da SMMA, cerca de 40% dos materiais que chegam da coleta seletiva não são recicláveis ou não estão em condições para comercialização. São esses resíduos que segue para o coprocessamento.
O termo de acordo para esta prática envolve a Prefeitura, a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do município, a Companhia de Cimento Itambé e a Rio Bonito, empresa vinculada a Itambé. Trata-se de uma ação em que todos os envolvidos saem ganhando. A Prefeitura deixa de usar dinheiro público para a destinação desses resíduos aos aterros sanitários. A Associação de Catadores passa a receber recurso financeiro da Itambé por tonelada destinada aos fornos de cimento. A Itambé e a Rio Bonito são beneficiadas por contar com oferta de resíduos que substituem parcialmente os combustíveis utilizados nos fornos, sem gerar novos rejeitos. Por fim, a natureza ganha já que há redução nas emissões de carbono, conservação dos recursos minerais e energéticos.
ASSOCIAÇÃO – A Associação de Catadores de Araucária opera o Centro de Processamento e Transferência de Materiais Recicláveis e cabe aos associados o trabalho de triagem dos materiais da coleta seletiva. Esse trabalho diário, além do impacto ambiental positivo, é importante por gerar renda para os associados. No momento, 37 pessoas estão vinculadas à associação, que conta com o suporte técnico da Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente.