Advogado filmado agredindo ex-esposa está foragido da Justiça após descumprir medida protetiva
G1 Paraná
O advogado Romulo Clacino de Souza está foragido da Justiça desde a última sexta-feira (21), segundo a Polícia Civil. Ele foi filmado agredindo a ex-esposa dentro de casa, em Curitiba. Os vídeos revelam rotina de agressão psicológica e foram gravados dentro de casa por câmeras instaladas pela própria vítima.
Após as agressões, a mulher pediu uma medida protetiva contra o advogado. Com isso, a Justiça o proibiu de se aproximar dela. Entretanto, Romulo tentou invadir o condomínio que ela mora. Por conta disso, a Justiça expediu um mandado de prisão em nome do advogado. O g1 tentou contato com o advogado e com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas até a publicação desta reportagem não teve resposta.
Segundo a vítima, as agressões físicas foram o estopim para a separação do casal e o pedido de ajuda. “Ele me agrediu com meu próprio braço e bateu o meu braço no meu filho. Quando atingiu o corpo do meu filho, naquela circunstância, eu não admiti. Aquilo foi horrível para mim”, afirmou. Conforme a delegada Vanessa Alice, responsável pelo caso, o comportamento do advogado nos vídeos mostra uma tentativa de intimidação. “Ele tenta inibi-la. Ele coloca a sua força física quando vai de encontro a ela, quando grita, quando bate em móveis, quando quebra os móveis… ele está tentando intimidá-la diante da força dele”, explica.
Ciclo da violência
A delegada reforça que a violência contra a mulher tem como característica a escalada. “[A violência contra mulher] começa nos crimes chamados de menor potencial ofensivo, mas são aqueles que atingem a mulher moralmente, fazem com que a mulher tema o agressor. Ai vai para as lesões mais graves e pode chegar ao feminicídio devido ao ciclo crescente na violência doméstica”, reforçou.
Da mesma forma, a vítima incentiva que pessoas que estejam em situação de violência procurem ajuda. “A decisão que eu tive de pedir ajuda é uma decisão racional e responsável. Eu peço que outras mulheres que tenham essa necessidade que eu sejam ouvidas. A gente precisa ter voz e a gente precisa de ajuda. Sozinha não conseguimos”, disse.