Médica de Curitiba agredida por acompanhante em UPA diz que pacientes ajudaram no socorro: ‘Não consegui me defender’
G1 Paraná
A médica que foi agredida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Curitiba disse que pacientes que estavam no local sendo medicados ajudaram a separar a briga, neste o domingo (30). A profissional de saúde sofreu ferimentos no rosto. O caso aconteceu durante a madrugada. A Prefeitura de Curitiba informou que a médica foi agredida por um acompanhante de um paciente na UPA do Pinheirinho após receber uma orientação para aguardar na sala de espera.
A médica contou que ficou encurralada entre a parede e outros dois computadores. “Ela não parou de me bater nenhum minuto. Não consegui me defender”, afirmou. A profissional de saúde, que preferiu não ser identificada, contou que a acompanhante estava sem máscara e se exaltou depois de receber a orientação. “Já tinha atendido o acompanhante dela, estava indo fazer a medicação, mas é um protocolo que os acompanhantes têm que aguardar na sala de espera. Ela foi junto com o paciente para ser medicado e estava sem máscara”, disse.
Em seguida, a médica pediu para que a mulher colocasse a máscara e esperasse no local indicado. A vítima disse que fez a orientação mais de uma vez, mas a suspeita negou. Diante disso, a profissional de saúde afirmou que chamaria por uma equipe da Guarda Municipal, seguindo os protocolos da prefeitura. A partir deste momento, a mulher se exaltou. “Ela veio para cima de mim. Me deu socos, muitos socos na cabeça, puxando o cabelo, arranhando o rosto e, nisso, eu caí no chão. No segundo grito de socorro, começaram a vir os funcionários e os próprios pacientes que estavam ali sendo medicados para separar a briga”, lembrou.
Tanto a vítima quanto a suspeita das agressões foram levadas para a Central de Flagrantes de Curitiba. A médica decidiu não representar contra a mulher. A Secretaria Municipal de Saúde disse que a profissional de saúde será transferida para outra unidade.
O que diz a prefeitura
A Secretaria Municipal de Saúde lamentou que “neste momento atual da pandemia, após trabalhar incansavelmente durante todo esse período, os profissionais de saúde estejam sendo atacados e sendo vítimas de agressão, por parte da população”. Disse, ainda, que “a profissional foi agredida no exercício de sua função, sem nada que houvesse justificativa para tamanha violência”. Por conta do ocorrido, a prefeitura de Curitiba solicitou reforço da Guarda Municipal nas UPAs da cidade e fez um apelo à população para que respeitem os profissionais que atuam no combate à pandemia.