Mulher afirma que foi obrigada a deixar casa por obra da prefeitura
Da Redação
Roseli Miranda, 47 anos, mãe de 7 filhos, afirma que foi obrigada a sair da casinha que havia construído com muito sacrifício, porque a prefeitura de Campo Magro não teve piedade e passou com o asfalto sobre a moradia. “Meu sonho foi destruído, Hoje minha vida é só chorar”! A história dessa mulher começa em 1997, quando ela comprou, e pagou por um terreno na Rua da Amizade n° 14, no Jardim Água Boa. Desde então, trabalhou incansavelmente, distribuindo panfletos, recolhendo reciclagens e as vendia. Ao mesmo tempo, trabalhava como cozinheira em uma casa de repouso e, todo dinheiro arrecadado era usado para construir a casinha, que era seu sonho. Ela conseguiu e, mesmo abandonada pelo marido, criou as crianças e colocou a casa em pé, uma moradia de dois andares e com 18 peças. O que ela não imaginava, é que o seu sonho se tornaria no pesadelo que vive hoje.
No dia 14 de julho de 2019, Roseli perdeu tudo, pois a prefeitura asfaltou a rua e a pavimentação, literalmente passou sobre sua casa e, ela viu, sem poder fazer nada, o sonho de 23 anos ir água abaixo, em poucos dias. Tentou argumentar, procurou seus direitos, mas em momento algum foi ouvida. Com isso sua casa, foi totalmente soterrada por um muro de arrimo que impedia a entrada e saída imóvel. “Destruíram meu sonho”, resumiu.
Hoje, Roseli mora de favor, em um posto de saúde desativado na cidade. Ela até contratou um advogado para tentar, ao menos reaver o dinheiro investido na construção da casa, que segundo ela, foi de R$ 100 mil. “A prefeitura sequer me indenizou. A única coisa que me ofereceu foi me colocar em uma casa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que deve ficar pronta no ano que vem. Não dá para aceitar isso, pois sei que pagarei por esta casa pelo resto da minha vida”, argumenta Roseli.
“Construí uma casa com muito esforço e trabalho. Mas destruíram minha vida”
Durante a entrevista com a TV O Repórter, dona Roseli chorou muito e disse que tem muito medo do prefeito Claudio Casagrande e, do que ele possa fazer contra ela. “Tentei colocar uma moenda de caldo de cana, onde estou, para garantir nossos sustento, mas fiscais da prefeitura impediram e exigiram que eu parasse com as vendas e, caso eu insistisse, eu poderia me complicar. Às vezes não tenho o que comer, não tenho dinheiro para comprar roupas e nem calçados para meus filhos, a cama de minha filha está quebrada, tentei vender minha televisão e não consegui, nem dinheiro para remédios eu tenho. Não consigo sorrir desde que perdi minha casa. Hoje não tenho trabalho. Antes eu me orgulhava de dar um lar para meus filhos, sou deficiente de uma perna, tenho problema grave em uma das vistas, fui catadora de reciclagem, me alimentei com comida achada no lixo, criei meus filhos com sofrimento e honestidade, e tiraram meu único bem, que era minha casa. Hoje oro e choro a Deus, pedindo justiça. O prefeito Casagrande tirou minha dignidade”, desabafou Roseli em meio a lágrimas. O Departamento Jurídico de O Repórter procurou entender mais sobre o processo e, levantou que foi feito acordo entre prefeitura, a justiça e dona Roseli e, ficou acordado que ela receberia uma casa por meio do PAC. Fica o espaço para o contraditório.