Verizon compra ex-gigante Yahoo por US$ 4,8 bilhões

 Verizon compra ex-gigante Yahoo por US$ 4,8 bilhões
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Após meses de rumores, o conselho de diretores do Yahoo concordou em vender a operação de negócios da companhia para a operadora norte-americana Verizon por US$ 4,8 bilhões.

Apesar da aquisição, a empresa ainda manterá suas ações do site de comércio eletrônico chinês Alibaba e as ações do Yahoo Japão — o que, segundo a Bloomberg, tem valor aproximado de US$ 40 bilhões.

 

É interessante acompanhar a história do Yahoo que é quase um avô da era da internet. Durante os dias de glória, a empresa chegou a ter valor de mercado de US$ 125 bilhões.

A transação deve melhorar o negócio de internet da AOL, adquirida pela Verizon em 2015 por US$ 4,4 bilhões. A companhia deve se aproveitar das tecnologias de propaganda do Yahoo, assim como outros ativos, como busca, e-mail, messenger e imóveis.

Fundado por Jerry Yang e David Filo em 1994, a empresa começou com um agregador de links, e depois evoluiu para um portal de conteúdo — um pouco como é o UOL no Brasil. O site era a porta de entrada da internet para muitos dos usuários.

O que talvez tenha faltado pela empresa foi um pouco de humildade de entender que havia muita coisa fora do Yahoo acontecendo que poderia melhorar a operação da, então, maior empresa de internet da década de 90.

Não ter comprado o Google nem o YouTube

A empresa teve a chance de comprar o Google em 1997. No entanto, a empresa não quis, pois não queria direcionar tráfego para sites fora de sua rede — o Yahoo sempre se considerou uma empresa de mídia, e não necessariamente de tecnologia.

Houve ainda uma outra ocasião, porém a empresa ofereceu um valor bem abaixo do mercado.

Outra aquisição importante que a empresa deixou escapar foi o YouTube. Em 2006, os fundadores da plataforma de vídeo queriam vendê-la e achavam que o CEO do Yahoo da época, Terry Semel, em função de suas conexões com Hollywood, faria bom proveito do serviço. Porém, o Google foi lá e comprou a plataforma.

Arruinou o Flickr

Comprado pelo Yahoo em 2005, o Flickr era a grande plataforma de fotos, bem antes do hype de Instagram ou Facebook. Neste caso, o problema foi que o Yahoo nunca considerou o serviço uma rede social. Além disso, houve uma série de disputas internas que deixaram o site de lado.

Aparentemente, eles viam o Flickr apenas como uma base de dados para ser monetizada, e ignorou toda a comunidade.

Como não houve investimento na parte social, outros serviços de armazenamento passaram a ser mais interessante, como Google Drive, Dropbox e afins.

Rejeitou a proposta de compra da Microsoft

Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft, estava determinado em comprar o Yahoo. A empresa via a gigante da internet como uma grande parceira para fazer frente ao Google.

Em 2008, a empresa de Bill Gates ofereceu US$ 44 bilhões pelo Yahoo. O conselho rejeitou a oferta por achá-la muito baixa. Na época, a companhia chegou a dizer ao “The New York Times” que não acreditava que seus negócios estavam se deteriorando — quando na verdade, estavam começando a ir para o beleléu.

Não comprou o Facebook

Em 2006, houve uma conversa com Mark Zuckerberg para que o Yahoo comprasse a rede social. Havia sido acordado US$ 1 bilhão. No entanto, aos 45 do segundo tempo, o CEO do Yahoo, Terry Semel, ofereceu o valor de US$ 850 milhões — a conversa foi logo após a divulgação de resultados do Yahoo, que não foi nada bem. Zuckerberg ficou desconfortável com a situação e rejeitou a oferta

Aquisições que não deram certo

Além do Flickr, a empresa acabou estragando outros serviços. O Tumblr, comprado por US$ 1 bilhão, teve uma trajetória parecida com a plataforma de imagens. Logo após a aquisição, o serviço de blogs começou a exibir anúncios. Também teve um destino parecido o Geocites em 1999, que na época era o terceiro site mais acessado do mundo.

Nem Marissa Mayer conseguiu salvar a empresa

A contratação de Marisa Mayer, que era uma alta funcionária no Google, não foi o suficiente para recuperar o tempo perdido pela empresa. Ela tentou se concentrar em aplicativos móveis — o que chegou a trazer boa repercussão para o Yahoo, especialmente o app Tempo e o launcher Aviate, porém não foi o suficiente.

Dentre os erros mais notáveis de Marissa estão a contratação do português Henrique De Castro, seu ex-colega do Google que não se adaptou à empresa e foi demitido levando uma multa milionária, e uma mudança no regime de trabalho. Em 2013, Marissa proibiu que funcionários trabalhassem de casa. Logo, quem morava muito longe e era bom funcionário, acabou arranjando outro emprego.

A empresa ainda tentou investir na área de conteúdo nos Estados Unidos. Eles contrataram a peso de ouro profissionais como Katie Couric, que era apresentadora de TV, e David Pogue, que trabalhava como colunista de tecnologia do The New York Times. Não funcionou muito bem.

Apesar da venda para a Verizon, é esperado que Marissa Mayer renuncie ao seu cargo e deixe o controle da empresa nas mãos do novo dono. Porém, ela não deve sair nada triste: é esperado que o processo dê a ela US$ 57 milhões, segundo o The New York Times.

Em tempo, para quem se interessar mais pela história do Yahoo, um bom livro é “Marissa Mayer and the fight to save Yahoo!”, do jornalista Nicholas Carlson, editor-chefe do Insider, um site ligado ao Business Insider. Livro não está disponível em português.

Fonte: MSN

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