Conheça o trabalho do Cartório Eleitoral de Fazenda Rio Grande

 Conheça o trabalho do Cartório Eleitoral de Fazenda Rio Grande
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“Existe a ideia de que o cartório eleitoral trabalha a cada dois anos, isso não é verdade”, afirma a chefe de Cartório Eleitoral Roberta Jurask Bueno de Paula. Mesmo em ano não eleitoral, o cartório está a todo vapor, resolvendo questões ainda da eleição passada, da próxima e outras questões pontuais, como processos judiciais e o cadastro biométrico – foram 20 mil títulos cancelados pela falta da biometria.

Atendendo aos municípios de Agudos do Sul, Mandirituba e Fazenda Rio Grande, o cartório instalado aqui, na cidade, dentre outras atribuições, está, agora, fazendo o processo de coincidências biométricas, por meio do qual, cerca de dez pessoas foram investigadas e, dessas, três respondem processo judicial. Trata-se da existência de mais de um título para a mesma pessoa.

“É a mesma foto, mesma pessoa, mas outro nome, outro nome de mãe”, afirma Roberta. Segundo ela, por meio dessa descoberta propiciada pela biometria, é possível impedir que a pessoa vote mais de uma vez. Mas a suspeita é de que as pessoas fazem isso para receber mais de um benefício social, visto que o CPF é interligado com o título e, para receber o benefício, é necessário, então, ter os dois.

Mas nem todos os casos foram tratados como crime. Ela explica que uma pessoa, por exemplo, teve seu título feito em cima do de outra pessoa. Ele já tinha o documento dele e aí acabou ficando com outro diferente. Nesse caso, foi erro de quem o atendeu, mas tudo já foi resolvido. Os outros três que foram considerados crimes, respondem processo na Polícia Federal e são todos de Fazenda Rio Grande.

Mas nem todos compareceram para fazer seu cadastro biométrico, que iniciou em 2014. Até maio do ano passado, quando os cadastros foram encerrados devido à eleição, ainda faltavam cerca de 20 mil pessoas (entre os três municípios). O problema é que, por não terem comparecido, essas pessoas tiveram seus títulos cancelados e, consequentemente, também o CPF.

“Quem tem o CPF cancelado não tira, por exemplo, o fundo de garantia”, explica Roberta. “Então essas pessoas estão vindo todo dia pra revisar o título”, continua. O atendimento está complicado, segundo ela, pois só contam agora com quatro guichês, sendo que em 2016 eram 25.

Para quem ainda não fez o seu, basta ir até o cartório munido de um documento oficial com foto (RG, passaporte, CTPS e outros) e um comprovante de residência que esteja no nome da pessoa e seja de até 3 meses atrás. O atendimento é das 12h às 19h.

MESÁRIOS

Quem foi convocado para trabalhar na eleição, tem um problema para resolver caso não vá. É o que explica a chefe de Cartório Eleitoral: “a cada mesário que não foi à eleição, o juiz arbitrou uma multa de R$ 440, então isso vira um processo, temos que ir até esse mesário para cobrar essa multa. Eles acham que não acontece nada, mas acontece, sim, e pra nós dá muito trabalho”, comenta.

Segundo ela, são cerca de 1200 pessoas a serem chamadas nos três municípios e boa parte da convocação é feita pessoalmente, porque em Mandirituba e Agudos do Sul, o correio não chega. Já em Fazenda Rio Grande, boa parte das cartas voltam. “Quando mandamos, no ano passado, a convocação dos mesários, voltaram 90% e, desses 90%, tivemos que ir pessoalmente também”, conta.

A escolha dos mesários, segundo ela, é feita pelo sistema. Os funcionários do cartório colocam restrições básicas como idade (de 18 a +- 45 anos) e instrução, que é de segundo grau completo. A partir disso, o sistema escolhe pessoas e, então, eles conferem se a pessoa comparece às votações, etc. Existem também os voluntários, que geralmente pedem para trabalhar por ganharem horas complementares na faculdade e 2 dias de folga no emprego, e ainda os indicados, que são pessoas que o cartório percebe que são capacitadas e as chama para trabalhar.

ELEIÇÕES

Da eleição passada, ainda restou trabalho. “Fizemos a eleição acontecer, mas muita coisa ficou pra agora. No final do ano, depois da eleição, temos que julgar as prestações de contas dos candidatos. Mas só conseguimos julgar dos eleitos, ainda ficaram 500 prestações de conta para julgarmos nesse ano”, conta.

Em Agudos do Sul, por exemplo, eles estão trabalhando no julgamento de dois candidatos, pela AIJE – Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Além disso, é possível que tenham que realizar uma nova eleição na cidade, já que a Prefeita responde processo. Um candidato que não foi eleito também está respondendo.

Já para as próximas eleições, Roberta adianta que terão muito trabalho para manter as casas onde as eleições são realizadas em Mandirituba e Agudos do Sul. Os locais ficam fechados até as eleições, o que acarreta em vidros quebrados, falta de luz, de água, plantações, criação de bichos etc. “Em Agudos teve uma família que invadiu um local de votação e não pudemos usá-lo. Então queremos conversar com as prefeituras, pra manter esses locais melhores, de repente dar para a população usar, para a comunidade fazer algum encontro, que aí eles mantêm o local bem cuidado”, finaliza.

 

Por: Dayanne Wozhiak

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